Este livro é um item obrigatório na estante de qualquer fã do trabalho artístico de Todd McFarlane, pois o diabo está nos detalhes (brincando com a tradução livre do título do livro). Foi lançado em Novembro de 2012 e possui 400 páginas! É um dos melhores materiais biográficos do mestre que temos disponível (além dos documentários em vídeos, clique aqui para assisti-los), do homem que criou o Spawn e um verdadeiro império na área de colecionáveis (graças a revolução na maneira de fazer action figures e estatuetas). O livro aborda tudo isso e muito mais. Toda sua carreira, desde o início dos anos 80, passando pela Marvel, DC, fundando a Image Comics (junto com seus 6 outros amigos) e expandindo para a McFarlane Toys e além… Ah! Vale lembrar que o livro possui um formato maior, quase magazine, com 23 cm de largura por 31,5 cm de altura!

Conteúdo

Ele foi divido da seguinte forma:

  • Prefácio por Stan Lee (Foreword by Stan Lee, pag. 6)
  • Capítulo 1: Não Aceite “Não” como Resposta (Chapter 1: Don’t Take ‘No’ for an Answer, pag. 9)
  • Capítulo 2: O Chamado às Grandes Editoras (Chapter 2: Called Up to the Majors, pag. 59)
  • Capítulo 3: Com Grandes Talentos vem Grandes Pportunidades (Chapter 3: With Great Talent Comes Great Opportunity, pag. 113)
  • Capítulo 4: O Surgimento de uma Nova Era (Chapter 4: The Spawning of a New Era, pag. 199)
  • Capítulo 5: Conquistando Novos Mundos (Chapter 5: Conquering New Worlds, pag. 313)
  • Créditos e Agradecimentos (Credits & Acknowledgement, pag. 398)

Abaixo mostramos algumas páginas internas e também qual foi a capa preliminar do livro:

Dentre os inúmeros conteúdos abordados no livro, vale destacar alguns pontos (dividido por capítulos):

Capítulo 1

  • Aos 16 anos Todd criou o personagem chamado Spawn. Foi uma edição de 35 páginas, editada e co-escrito junto com sua atual esposa Wanda Kolomyjec, em 1977. A história seguia um tom estilo mais sci-fi, lembrando Star Wars;
  • Recebeu mais de 350 cartas de rejeição das editoras. A cada resposta de rejeição que recebia de volta ele melhorava os pontos que os editores apontavam (anatomia e perspectiva);
  • Todd aprendeu a desenhar copiando os desenhos dos artistas de HQs que ele mais gostava de ler, então emulava os traços de cada um, principalmente George Pérez;
  • A primeira arte profissional impressa de Todd foi um desenho do Batman, em 1981, para o “Comics Journal”, influenciado por Marshall Rogers;
  • Criou o personagem Tremor, inicialmente chamado de Blood, depois mudando a grafia para Bludd, em 1983;
  • Em 1983 Todd criou personagens caricatos chamados “The Bruise Crew”, que mais tarde foi lançado (repaginados) numa minissérie em 6 edições, já pela Image Comics, em 1994;
  • Sal Amendola, editor da DC Comics em 1983, entregou um roteiro fictício da Batgirl para Todd se habituar em criar páginas de um personagem em ação, não apenas páginas de pin-up (que são os personagens parados em alguma pose);
  • Steve Englehart deu a Todd sua primeira oportunidade em 1984, no selo “Marvel’s Epic”, para desenhar o personagem chamado Coyote (que era criação do próprio Steve Englehart), após enviar páginas redesenhadas para o editor Archie Goodwin;

CAPÍTULO 2

  • Roy Thomas, editor da DC Comics, entregou para Todd um roteiro de uma revista chamada “Valda”, mas nunca foi publicado;
  • Todd agradece Roy Thomas por fazê-lo continuar dentro da indústria dos quadrinhos. Após o cancelamento de “Coyote” (após o número 14), Roy o chamou para desenhar o título “Corporação Infinito” (Infinity Inc.), em 1985.
  • A primeira pessoa que letreirou um trabalho desenhado por Todd foi o incrível Tom Orzechowski, que até hoje continua trabalhando na revista do Spawn;
  • Quando saiu da DC, três anos depois, foi contrato por Bob Harras para desenhar “Spitfire and the Troubleshooters”;
  • Ainda em 1987, ele ingressou no título escrito por Peter David, “O Incrível Hulk”, foi quando sua carreira foi legitimada de vez;
  • Neste meio tempo, Todd estava desenho o alguns números de “GI Joe” (aqui no Brasil conhecido como “Comando em Ação”), e recebeu uma proposta de Dick Giordano (editor da DC) para desenhar as páginas do arco de história chamado “Batman Ano 2”, após a saída do artista Alan Davis;
  • Também, ainda na DC, fez “All-Star Squadron”, uma página dupla de “Whos’s Who 87” e a minissérie “Invasão” (lançado no final de 88);
  • Conseguiu também fazer uma HQ do personagem Demolidor, “Daredevil #241”, pelo compromisso que Todd tinha em entregar tudo dentro dos prazos;

CAPÍTULO 3

  • Todd estava no lugar certo e na hora certa quando entrou no escritório do editor Jim Salicrup, que cuidava do Homem-Aranha em 1988, e foi contratado como o novo desenhista. Foi então quando ele fez sua carreira decolar de vez, imprimindo todo seu estilo inovador nas páginas de “The Amaging Spider-Man #298”;
  • Ao lado do roteirista David Michelinie, co-criou o personagem Venom;
  • Mesmo o editor-chefe da Marvel, Tom DeFalco, não gostando muito das várias mudanças que Todd vinha fazendo com o estilo do Homem-Aranha (olhos grandes, poses impossíveis mais aracnídeas do que humanas, teias de aranhas disparadas com aquele visual espaguete, etc), eles concordaram em entregar um título próprio do “Spider-Man”, em 1990, para Todd desenhar e roteirizar
  • A tradição de Todd responder as cartas enviadas dos fãs, no final das revistas, começou no título “Spider-Man”. Isto se estendeu também para Spawn, na sessão batizada de “Spawning Ground” e rebatizada no Brasil como “Post Mortem”;
  • Ele comenta sobre a história de sempre aparecer um Gato Félix nas histórias que ele desenha, no qual já explicamos nesta outra matéria (clique aqui);
  • Ele também explica que na capa da edição #13 de “Spider-Man” – onde recriou a capa da icônica edição #1, porém agora com o Homem-Aranha vestindo o uniforme negro – ele colocou na assinatura dele o número 71 do lado, pois foi a quantidade de pequenas aranhas que ele desenhou nesta capa;
  • Há um comentário do Todd quanto as várias capas que desenhou, no meio tempo que esteve entre 88 a 91, pois neste período ele conseguiu fazer vários personagens da Marvel, na qual nunca teria tido chance de fazer se não fosse pelos títulos “Marvel Tales” e “Marvel Age”, por exemplo (dentre eles a equipe X-Men);
  • Desenhou para a Marvel um famoso pin-up do Wolverine numa folha da DC Comics;
  • Assim como desenhou para a DC um famoso pin-up do Superman numa folha da Image Comics;
  • Após 15 números, no final de 1991, McFarlane sai do título Marvel, se junta com outros seis amigos (Erik Larsen, Rob Liefeld, Jim Lee, Marc Silvestri, Jim Valentino e Whilce Portatio) e fundam a editora Image Comics em 1992;

CAPÍTULO 4

  • Quando formaram a Image Comics, em 92, McFarlane não pensou duas vezes em escolher o personagem que criou no colegial, aquele chamado Spawn. A diferença que, agora ele introduziu espinhos, correntes e caveiras no uniforme, deixou a capa com um visual muito maior, além de trocar a atmosfera da história para algo muito mais sombrio (leia as influências que Todd teve na criação do Spawn nesta outra matéria). Trazer “SPAWN” como um dos primeiros lançamentos da nova editora Image era algo certeiro, e vendeu 1.7 milhões de cópias;
  • Agora sendo dono do seu próprio negócio (literalmente falando), com o tempo ele teve que aprender e desenvolveu uma ótima habilidade de tratar sobre negócios, expandindo o leque para outras áreas, como brinquedo, fonográfica e audiovisual;
  • McFarlane descobriu que manter tudo isso “sozinho” era praticamente impossível e chamou outras pessoas para ajudá-lo no decorrer do tempo. Assim, uma das maiores duplas dos quadrinhos de todos os tempos foi criada nesta época, entre 1993 a 2000. Com Greg Capullo nos desenhos e Todd McFarlane arte-finalizando;
  • As cores iniciais do Spawn não seriam exatamente como as que conhecemos hoje! No livro, precisamente nas páginas 202 e 203, temos anotações onde mostra que a capa seria laranja, olhos vermelhos, as luvas e o peito seriam laranjas na parte de dentro (ao invés de vermelho) e no lugar da caveira na região do abdome um cinto parecido com o do Batman dos anos 70;
  • O logo do SPAWN nesta época ainda era apresentado com um estilo criado pelo próprio Todd, depois foi substituído pela versão criada por Tom Orzechowski. Veja a evolução do logo e do traje do Spawn nestas outras matérias do site, aqui e aqui;
  • Todd declara que sempre manteve o foco em apenas um personagem, pois gostaria de ultrapassar a marca de 200 e 300 edições (e conseguiu, leia aqui sobre o recorde). Se ele fizesse um bocado de outros personagens talvez isto não seria possível (lembrando que ele co-criou o personagem Haunt muitos anos depois, em 2008, junto com Robert Kirkman, com 28 edições lançadas e alguns crossovers com o Spawn – na fase do Jim Downing);
  • Todd também declara que ele sabia que a primeira aparição do Spawn com o uniforme (aquela página dupla vertical, onde ele está em cima de um prédio erguendo a capa com o braço direito), deveria ser algo dramático e impactante, e foi inspirado nas poses de Gil Kane (famoso por desenhar bastante Batman, que é o personagem favorito do Todd, depois do Spawn, claro);
  • Outra declaração, que serve até de inspiração para nós, é ao fato de que até aquele ponto da sua carreira, McFarlane já tinha aceitado que nem todas as suas páginas deveriam ter todas as linhas perfeitamente desenhadas. Com esta meta em mente ele conseguia manter os prazos mais facilmente;
  • Sua esposa Wanda trabalhava como editora da revista, mas após o lançamento da edição #5, aquela da morte do Billy Kincaid, ela acabou saindo por causa do teor da história (achou muito violenta). Isto foi justamente um dos pontos de diferencial do personagem. Todd comentou (na página 232), “Spawn é um assassino. Ele não é como o Batman. Ele vai matar caso achar que deva ser assim.”;
  • Todd explica que o personagem Aberração (Freak, no original), era para ter saído na edição #19, mas só foi mostrado posteriormente no número 37. E muito tempo depois, a capa desta edição se transformou na capa da edição #216. Isto acabou acontecendo por causa da minissérie do Batman e Spawn, o que acabou ocasionando atrasos nas edições dos números 19 e 20, que saíram muitos meses depois. Achou confuso? imagina isso na época como foi! Temos uma matéria explicamos detalhes sobre, basta clicar aqui;
  • A capa da edição #24 (equivalente ao número 23 no Brasil – entenda o motivo desta diferença numérica nesta matéria), Todd explica que “Ao invés de fazer uma capa super-hiper-detalhada, as vezes o caminho mais fácil para ganhar reconhecimento é fazer o oposto.”;
  • A capa da histórica edição #200 tem um significado para Todd. Quando ele fez a capa da, também histórica, edição #100, Spawn estava sobre o número 100, porém agachado. Então na hora de desenhar a capa da 200 ele pensou no oposto! Colocando o Spawn abaixo do número e erguendo ele. Todd gostaria de indicar ao público o “mais alto” possível o que isto significava para ele. Já na capa do número 220, além de ser uma brincadeira com a comemoração do 20º aniversário da Image Comics, foi natural e divertido parodiar ele mesmo, recriando a mesma arte do #200, porém agora com um dos zeros caídos, para ficar justamente o 20 sendo erguido acima da cabeça do Spawn;
  • Na página 300 do livro Todd revela uma história engraçada envolvendo sua participação na arte-finalização da revista “Batman – Cavaleiro das Trevas”. Sim, a famosa HQ escrita por Frank Miller e desenhada por Klaus Janson teve dedo do McFarlane em uma das páginas! Entretanto, esta história completa já foi contata aqui no site, clique aqui;

CAPÍTULO 5

  • Com a qualidade que Todd possuía em fazer desenhos extremamente detalhados e o mais realísticos possíveis, um passo natural foi criar sua própria empresa de action figures e colecionáveis, pois nenhuma outra existente no mercado conseguia chegar perto do nível que ele pretendia entregar ao seu público. Portanto, assim nascia, no final de 1994, uma das maiores empresas do ramo, a “Todd Toys”, sendo rebatizada por “McFarlane Toys”;
  • Além dos seus próprios personagens da casa, Todd conseguiu expandir adquirindo outras licenças, como as da linha esportiva e dos cinemas;
  • Também foi para as telas da TV com a animação ganhadora de um Emmy, pela série da HBO de 1997 chamada “Todd McFarlane’s Spawn”, contendo 3 temporadas em 18 episódios. Eram transmitidos a meia-noite e possuía um teor violento, igual das HQs, indicado para o público adulto;
  • No mesmo ano de 97 também foi para as telas do Cinema, produzido pela New Line Cinema, com uma arrecadação de 29 milhões de dólares de bilheteria, o filme “Spawn The Movie”, que trazia pela primeira vez um personagem principal afrodescendente como protagonista (abrindo espaço para muitos outros filmes do gênero de super-heróis, como Blade, Steel e Pantera Negra);
  • Ao longo dos anos levou Spawn para 5 jogos de videogames, passando por várias plataformas, como Super Nintendo, Gameboy, PlayStation 1 e 2, Xbox e até no DreamCast. Todos estes jogos você pode conferir detalhes nesta playlist em nosso canal do YouTube. Um parênteses: menção destaque para sua participação no game de luta Mortal Kombat 11 (veja aqui);
  • Foi responsável por vídeos clips musicais de várias bandas de rock e metal (Peal Jam, Korn, por exemplo), na qual também ganharam prêmios na categoria. Já em 2012 foi responsável na concepção artística de um jogo de videogame chamado “Kingdom of Amalur: Reckoning” (ganhou um remake em 2021). Também teve participação nas capas de algumas bandas (The Dark Saga e Disturbed, por exemplo), e na criação das cenas animadas de um filme live-action lançado em 2002 chamado “Os Meninos de Deus” (The Dangerous Lives of Altar Boys, no original);
  • Teve a oportunidade de arte-finalizar uma arte original do rei Jack Kirby para a série “Satan’s Six” da Topps Comics, e depois para a Genesis West Comics a capa da minissérie “Phatom Force”. Ele conta que para não arruinar a arte feita a lápis perguntou se poderia arte-finalizar em cima de uma xerox, e Jack respondeu generosamente que “sim”. Para Todd foi uma realização de uma vida ter conseguido isto em sua carreira;
  • A partir da página 342 até 355 do livro temos imagens de produção de um novo desenho animado do Spawn chamado apenas de “Spawn: The Animation”, porém nunca lançado oficialmente;
  • Todd declarou, já quase nas últimas páginas do livro, que ele vive desenhando, mesmo as pessoas continuando dizendo que ele “parou de desenhar Spawn” – o que não é verdade! Ele disse que sempre está desenhando. Pode ser um personagem novo para a linha de action-figures da McFarlane Toys, uma arte de um pôster ou uma nova capa de revista, até mesmo um doodle qualquer, etc;

Vídeos

Fizemos um vídeo no nosso canal do YouTube mostrando todas as páginas internas, então assista abaixo pois vale a pena!

Entrevista exclusiva que ele fez na CCXP de 2020 (legendado por nós para os fãs brasileiros).

Vídeo de divulgação sobre o lançamento do livro na época (em inglês):


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