Conheça a cruel e verdadeira história de como os judeus, ciganos e outros grupos eram mortos pelos nazistas e viravam objetos de decoração

Quando achamos que há um limite para a maldade humana, nós acabamos nos deparando com situações que poderiam ser o enredo de um filme de terror. E uma destas situações macabras foi explorada em uma edição de Spawn.

Na edição #103 somos apresentados a Eric, um homem rico que tem como hobbie colecionar objetos de guerra. Ao chegar ao antiquário onde ele frequenta procurando por algo especial, o vendedor lhe apresenta uma sala contendo diversos itens do nazismo da época da Segunda Guerra Mundial. Procurando algo único, o vendedor lhe apresenta um item peculiar: um abajur feito de pele humana contendo uma tatuagem!

O pequeno abajur alimentado por querosene, cuja cúpula é feita de pele humana! Arte de Angel Medina

Tratando o abajur apenas como um item da História, Eric não sabe da origem de sua confecção, até que Spawn surge das sombras e lhe mostre a verdade. Eric então passa a reviver a época do Holocausto como um soldado da SS trabalhando em um campo de concentração à serviço de um tal “General K”. Ao fazer a inspeção em um grupo de prisioneiros ciganos, ele se simpatiza com uma mulher com uma tatuagem de uma rosa nas costas e a leva para sua casa para realizar serviços domésticos como o intuito de prolongar sua vida. Alguns meses depois, após se declarar para a cigana, esta o recusa chamando-o de monstro e parte da casa do soldado. No Natal o soldado descobre que o General K procurou pela cigana e a enviou de presente para o seu cunhado. Ao descobrir o destino da mulher, o soldado se mata e neste momento Eric acorda de seu pesadelo. Descobrindo a terrível verdade por trás do abajur humano, o colecionador o enterra arrependido, e algum tempo depois uma rosa nasce no lugar.

A Segunda Guerra Mundial foi um dos períodos mais aterrorizantes da história contemporânea. Com o intuito de estabelecer a supremacia da raça ariana, os alemães criaram duras perseguições contra judeus, ciganos, poloneses, homossexuais, entre outros. Estima-se que mais de 11 milhões de civis tenham sido mortos pelo regime nazista. A este genocídio é dado o nome de Holocausto (de holókaustos, “todo queimado”).

Ciganos são detidos para deportação, pelo governo alemão, em 22 de maio de 1940. Foto: Bundesarchiv, R 165 Bild-244-48 / CC-BY-SA 3.0

Durante este período vários personagens ficaram famosos como Adolf Hitler, Josef Mengele e Heinrich Himmler, porém em nível de sadismo talvez nenhum deles se compare a um nome desconhecido: Ilse Hoch, a Bruxa de Buchenwald.

Margarete Ilse Köhler nasceu na cidade de Dresden, Alemanha, em 22 de setembro de 1906. Filha de um fazendeiro e de uma dona de casa, teve uma infância humilde, porém destacava-se na escola por ser muito bem educada e feliz, além de ter um grande círculo de amigos. Aos 15 anos deixou a escola para trabalhar em uma fábrica de cigarros e na mesma época se filiou ao Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Como o partido trazia a promessa e a esperança de “restauração” da Alemanha, Ilse ficou obcecada com a ideia, já que o país vinha sofrendo financeiramente devido à Primeira Guerra Mundial.

Ilse Köhler. Não se engane com este sorriso inocente, por trás dele havia uma psicopata!

Então, em 1932, ela ingressou no Partido Nazista e começou a trabalhar como secretária. Dois anos depois ela conheceu o homem que iria transformar completamente sua vida: Karl-Otto Koch. 10 anos mais velho que Ilse, ele era um criminoso que havia sido condenado por fraude e roubo mas que era simpatizante do Partido Nazista, e talvez isso tenha chamado sua atenção, o que fez com que ambos iniciassem um relacionamento. Assim que Hitler ascendeu ao poder, Karl Koch deixou a vida de crime e passou a ocupar uma posição de oficial de alto escalão da Tropa de Proteção, a ala paramilitar de elite do Partido Nazista.

Ilse e Karl Koch

Em 1937, Karl foi nomeado comandante do campo de concentração de Buchenwald, considerado um dos maiores da época. Já Ilse, tornou-se uma espécie de diretora do local e usava o dinheiro retirado os prisioneiros para viver uma vida luxuosa, e criar uma arena equestre. Sua perversidade era tão grande que era comum ela chicotear os prisioneiros enquanto cavalgava, só pelo fato de olharem para ela. Ela tinha prazer em ver as crianças judias sendo enviadas para as câmaras de gás, torturava, estuprava e espancava homens e mulheres por diversão, porém, nada disso se comparava ao seu “passatempo predileto”.

Ilse Koch tinha um fascínio doentio pela pele humana, e era comum ela esfolar suas vítimas para retirá-las, de preferência as que tinham tatuagem, e muitas vezes isso era feito com elas vivas! A intenção era usar o material para a confecção de itens pessoais como cúpulas de abajures, capas de livros, luvas, e outros objetos. Além disso, as cortinas da sua mansão no campo de concentração eram feitas de pele costurada. Os que sobreviviam à estas seções de tortura eram tratados para voltar aos trabalhos forçados. Por causa disso, Ilse recebeu o apelido de A Bruxa de Buchenwald.

A macabra coleção de Ilse Koch continha abajures, cabeças reduzidas, órgãos mumificados e até polegares que eram usados como interruptores!

Em 1943 o casal foi preso por seus superiores por desvio de fundos e roubo de bens de prisioneiros, porém o juiz sentenciou apenas Karl à morte por ter sido considerado o mentor dos crimes. Já Ilse foi inocentada e libertada para cuidar de seus dois filhos, sem mostrar qualquer arrependimento por suas atrocidades.

Então, em 1945, os americanos invadiram Buchenwald e descobriram a mansão de Ilse, onde muitos itens estavam conservados em aquários. Estas evidências foram o suficiente para a prenderem, embora não houvesse provas suficientes para determinar se foi ela quem mandou confeccionar os objetos e assim aplicar-lhe a pena de morte. Mesmo assim, ela foi presa e forçada a trabalhar pesadamente até 1947 quando foi solta, porém logo depois o governo alemão a prendeu e a sentenciou à prisão perpétua.

Entre as provas exibidas no julgamento de Ilse, estavam as peles tatuadas

Durante a prisão, seu filhos foram levados para adoção, inclusive o recém-nascido Uwe Kohler. Após 19 anos, Uwe tentou descobrir suas origens e soube de sua mãe presa, que tentou enganá-lo dizendo-se inocente e que encontrasse alguma forma de libertá-la. Percebendo que isso não iria acontecer, ela cometeu suicídio em 1967 aos 61 anos, após enviar uma carta para seu filho. Seu epitáfio foi o mesmo que era exibido nos portões de Buchenwald: “Todo mundo recebe o que merece”.

Julgamento de Ilse Koch em agosto de 1947

Atualmente não é raro encontrar pessoas que colecionam objetos mórbidos, como é o caso dos quadros do serial killer John Wayne Gacy (veja nossa matéria sobre ele) que alcançam cifras milionárias, embora praticamente todas permaneçam no anonimato. Porém, em 2010, um historiador acabou ganhando de um amigo um estranho abajur. Intrigado, ele o enviou para análise e acabou confirmando o que suspeitava: ele era feito de pele humana, possivelmente um dos que pertenciam à Ilse Koch, a Bruxa de Buchenwald.

Em tempo: na história da edição #103 de Spawn não é mencionado o nome do campo de concentração, porém ao mencionar o responsável como General K tudo leva a crer que era uma referência a Karl Koch e que o local pode se tratar de Buchenwald.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilse_Koch

https://pt.wikipedia.org/wiki/Holocausto

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ilse-koch-a-bruxa-de-buchenwald-que-torturava-de-forma-sadica-as-vitimas-do-nazismo.phtml

https://www.megacurioso.com.br/misterios/113943-ilse-koch-a-bruxa-de-buchenwald.htm

https://blogs.oglobo.globo.com/pagenotfound/post/historiador-ganha-abajur-feito-de-pele-humana-338479.html


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