Normalmente a capa de uma edição é o chamariz para que um título de uma revista em quadrinhos seja bem sucedida em suas vendas. Quando este título tem uma ou mais capas variantes acaba virando uma festa entre os colecionadores hardcore pois não importa se ele possui a história repetida: o importante é ter a capa diferente.
No Brasil não temos a mesma tradição que nos Estados Unidos. Aqui as capas variantes são ignoradas ou então são publicadas em forma de pinups dentro das revistas, porém às vezes por questões técnicas nem sempre são publicadas as capas originais, sendo substituídas ora por uma arte interna ou por uma arte inédita feita por outro artista. A Editora Abril, por exemplo, fez muito isto durante sua trajetória nos títulos da Marvel, DC e também em Spawn. E estas edições com capas exclusivas, embora não tenham muito valor em nosso país, são itens muito disputados entre os colecionadores estrangeiros, principalmente os americanos.
Assim, vamos listar todos as edições que tiveram suas capas trocadas por aqui e assim poder fazer uma comparação entre o material original e o adaptado para o Brasil, porém não vamos listar capas que tiveram apenas o acréscimo de um subtítulo e manteve a arte original.
Edição #49
Por causa da proibição da publicação da edição #10 o Brasil, assim como outros países, ficou com uma numeração a menos em relação ao Estados Unidos. O problema só foi resolvido quando foi lançada a edição #50, que teve o dobro de páginas já que foram compiladas duas histórias. Por aqui a Editora Abril dividiu as edições entre as edições #49 e #50. Como a capa da edição #49 original foi publicada na edição #48 foi usada a imagem que abre a segunda história da edição #50 original e que também foi arte do icônico CD da banda Iced Earth, The Dark Saga.
Edição #65
A Abril criou uma confusão dos diabos (literalmente) com a publicação desta capa. Primeiro, ela pegou a capa original da edição #65 e publicou na edição #66. Já para a capa da edição #65 brasileira foi inserida uma arte interna feita por Greg Capullo. E quanto à capa original da edição #66? Esta nunca foi publicada.
Edição #72
A edição #72 também teve a capa substituída pela Editora Abril, que preferiu usar uma splash page interna de Greg Capullo. Uma curiosidade é que parte da arte original desta capa foi retirada da edição #65 e usada no pôster que veio de brinde com o especial A Bíblia do Spawn, também publicado pela Abril.
Edição #88
A capa da edição #88 também foi substituída pela Editora Abril usando uma arte interna de Greg Capullo. A curiosidade fica para a capa original americana, que depois foi reproduzida como action figure e ficou conhecida como Spawn Halloween.
Edição #93
Na edição #93 a Editora Abril realizou uma alteração curiosa na arte original. Na capa americana Spawn é atacado por zumbis e entre eles há um bebê caindo do seu lado esquerdo. Talvez por achar a imagem forte, a editora decidiu censurar a cena e retirou o bebê.
Edição #101
A edição #100 foi a primeira que teve capas variantes, e uma delas foi a de Alex Ross. No Brasil esta capa saiu na edição #101, substituindo a capa original desenhada por George Pérez.
Edição #104
Na edição #104 a Editora Abril fez algo bastante curioso: ela pegou a capa original e fez uma ampliação, como um zoom, e assim a arte original foi cortada. O motivo, provavelmente, deve-se ao fato de dar mais destaque ao Spawn.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #109
Essa prática vamos ver que irá se repetir em algumas edições. O motivo só pode ser esse, dar um destaque maior para o Spawn. Nesta capa da edição #109 vemos uma aproximação do personagem, e que ficou interessante.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #111
Novamente a aproximação, para destacar o desenho de Greg Capullo, desta vez na edição #111. Infelizmente um pouco da arte original foi cortada.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #112
Novamente ela aplicou um zoom, agora na edição #112 e, novamente, a arte original foi cortada.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #114
Mais uma edição onde a Editora Abril aplicou um zoom, sendo esta a edição #114 onde temos de novo a arte original sendo cortada.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #115
A edição #115 foi mais uma que teve a capa original substituída por uma arte interna da revista, dessa vez de uma página do artista da época, Angel Medina.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #116
A Editora Abril aplicou novamente o zoom em outra capa, desta vez na edição #116. Perceba que a arte original foi bastante cortada.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #117
Mais uma vez o zoom foi aplicado, desta vez aconteceu na edição #117. É interessante observar que desta vez a Abril não colocou Spawn centralizado como na capa original, mas sim um pouco mais para o topo. Além disso, a mensagem informando sobre os 10 anos de publicação foi retirada já que estávamos atrasados em relação às edições americanas.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #118
A edição #118 também foi parcialmente cortada, embora de forma quase imperceptível. Na capa original Spawn está mais centralizado.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #126
Esta foi a última vez a Editora Abril aplicou um zoom na capa, desta vez na edição #126. Desta vez Spawn ficou em maior evidência que na capa original.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #139
Durante o arco em que Nyx vai ao Inferno para resgatar a alma de sua amiga Thea ela se transforma na Mulher-Spawn (She-Spawn no original) após roubar os poderes de Al Simmons. Na edição #139 brasileira a Editora Abril resolveu dar um destaque a ela usando uma splash page interna desenhada pela artista Nat Jones, responsável pela arte da história.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Edição #151
Quando a editora Pixel Media relançou Spawn após o cancelamento do título pela Editora Abril, ela continuou do ponto onde parou e, para celebrar o lançamento, preparou uma capa especial para a edição #151 com reserva de verniz sobre uma arte de Phillip Tan. Pela primeira vez a revista tinha sido lançada com uma capa variante assinada por um artista da revista no Brasil. O único ponto negativo ficou para a gramatura do papel usada na capa pois foi considerada muito fina. Já a capa oficial da edição americana foi distribuída como um mini-pôster para os fãs.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Spawn – Armagedom
Como forma de “se livrar” do encalhe das HQs de Spawn em seu depósito, a editora Pixel Media resolveu juntar várias edições em 3 encadernados e deu a eles o nome Spawn – Armagedom, porém estes volumes nada mais eram que edições que foram coladas uma nas outras, incluindo inclusive as capas e propagandas publicadas nas revistas originais com uma nova capa envolvendo tudo (sim, era um encadernado bem duvidoso, mas pelo preço valia a pena). Além disso, estes encadernados além terem um volume a mais que o original americano (foram apenas 2) cobriam as edições #151 a #165, diferente do original que ia das edições #150 a #164.
Já sobre as capas, a arte do volume 1 brasileiro é a mesma do volume 1 americano, com exceção de alguns elementos gráficos. Já nos volumes 2 e 3 brasileiros foram usadas as capas variantes da edição #150, com artes de Jim Lee e Phillip Tan. Já a arte do volume 2 americano nunca foi publicada no Brasil.
À direita a capa do volume 1 brasileiro de Spawn – Armageddon (Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Arte de Greg Capullo
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
(Imagem: Spawn World)
Spawn: Ressurreição
Ao decidir lançar o primeiro encadernado a partir da edição #251, a editora New Order utilizou a capa alternativa do especial Spawn: Resurrection ignorando assim a capa do encadernado original, desenhado por Jonboy Meyers. Além da capa brasileira ter muito mais destaque graficamente, ela foi confeccionada em capa dura (ao contrário do original em papel cartão) e reserva de verniz no título.
A Bíblia do Spawn
Esta edição especial, que trazia a história dos personagens principais da revista, teve uma alteração drástica na capa. A revista original trazia uma arte como se fosse a capa de um livro antigo, dando a impressão de ser uma Bíblia mesmo. Para a edição brasileira a Editora Abril decidiu fazer um layout mais simples e encheu a capa de informações de seu conteúdo.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
A Maldição do Spawn #10
A série A Maldição do Spawn, baseada em Curse of the Spawn, teve um lançamento meio bagunçado no Brasil. Além de ter sido publicada de forma incompleta, todas as edições foram publicadas com numeração diferente da original.
A edição #10 (correspondente à edição #14 americana) teve a particularidade de não só ter usado uma imagem interna de Jessica Priest, feita por Dwayne Turner, mas a Editora Abril pegou a mesma arte e a espelhou, deixando-a invertida da original.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
Spawn: Livro dos Mortos
Como forma de atualizar as informações contidas em Spawn Bible, Todd McFarlane lançou Book of Dead, escrita por Steve Niles e arte de Ashley Wood. Ao chegar ao Brasil foi lançado pela editora Devir, o que causou certo estranhamento já que a editora licenciante da época era a Abril e até hoje não se sabe como foi feita esta negociação em separado.
Para a edição brasileira a Devir utilizou uma arte interna de Ashley Wood, ignorando a arte original, também do mesmo artista.
Spawn Collection
Esta coleção se destacou no Brasil pois, além de trazer uma fita VHS com episódios da série animada da HBO, vinha com uma revista contendo duas histórias da série clássica, totalizando 24 histórias. Nas capas a Editora Abril utilizou imagens de cenas de um episódio da série animada.
Witchblade – Era das Trevas
A Pandora Books foi uma editora que teve vida curta no Brasil mas que publicou títulos importantes como Sin City, O Corvo, Groo, Astro City entre outros. E um dos títulos de destaque foi o crossover Medieval Spawn/Witchblade produzido pela Top Cow.
O motivo desta edição figurar na lista é que na época Spawn era publicado pela Editora Abril e com isto não era permitido usar o seu nome da capa da revista. A solução foi alterar o título para Witchblade: Era das Trevas.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos).
À direita a capa original de Medieval Spawn/Witchblade da Image/Top Cow
Além disso, o próprio encadernado brasileiro também não seguiu o mesmo padrão utilizado no original americano. A Pandora Books utilizou um pinup que foi publicado na primeira edição da mini-série americana. A arte foi feita por Marc Silvestri.
(Imagem: Guia dos Quadrinhos)
E para finalizar nossa matéria, apensar de ter usado uma arte diferente na capa do encadernado, a Pandora Books também retirou um excelente pinup desenhado por Michael Turner (in memoriam), arte-final de D-Tron e cores de Jonathan Smith. Confira abaixo:
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