Desta vez seria o contrário: temos Todd McFarlane contra Al Simmons.
Entenda o caso…
Ao lado está a capa do livro que você não poderá comprar!
Você poderia ser perdoado por pensar que, depois de gastar a melhor parte da última década em tribunais, lutando contra alegações de roubo intelectual e de calúnia, e perder boa parte de sua fortuna, Todd McFarlane teria visto advogados e tribunais por tempo suficientes, só que não.
No dia 26 de setembro de 2012, McFarlane arriscou e processou um de seus amigos mais antigos, e homônimo de sua mais famosa criação Spawn, seu amigo Al Simmons e sua esposa, Melanie, sobre a publicação da autobiografia do livro escrito por Simmons, “The Art Of Being Spawn” (“A Arte de Ser Spawn” em tradução livre).
Aqui neste artigo você poderá ver os autos do processo em sua totalidade (logo abaixo na galeria de imagens), e vai observar um aspecto do processo que aparece como um potencial ponto fraco para McFarlane – suas alegações de que seu amigo Al Simmons, “não era a inspiração para o personagem central de Spawn” e de não haver relação com nenhum personagem alegado pela defesa de Al Simmons.
Fizemos um vídeo sobre este assunto, com declarações do verdadeiro Al Simmons, nos contando como foi os bastidores daquela época… Assistam abaixo:
Huumm…. Não é estranho à McFarlane usar nomes de seus amigos, como o próprio “Al Simmons”, “Terry Fitzgerald”, sua própria esposa e filha, “Wanda” e “Cyan”, e outros como “Tony Twist” para personagens dentro do universo de Spawn. Porém, pare este último, o levou a ser processado – com sucesso – pelo próprio jogador de hóquei Tony Twist, que acabou com um pagamento bem menor (15 milhões de dólares) que foi acordado pelo tribunal para que Todd McFarlane pagasse ao verdadeiro Tony Twist (e apenas para efeito de conhecimento, isto fez com que todas as páginas das revistas de Spawn onde houvesse a menção ao nome fosse alterado para Vito Gravanno – mais detalhes sobre isso pode ser lido no artigo e no livro “O Mundo Contra Todd McFarlane”).
Embora não haja dúvidas de que McFarlane acredite firmemente de que Simmons não foi uma inspiração direta para Spawn, nem nunca foi associado ao personagem Spawn, ele entretanto gostaria que o tribunal acreditasse nessa alegação. Mas isso cai em contradição com a própria publicidade que McFarlane usou ao longo dos anos, pois ele mesmo trouxe o amigo Simmons para aparições pessoais e em convenções.
Desde o início dos anos 1990, Simmons estava sendo promovido em propagandas de convenções de quadrinhos como Spawn e também em outros títulos publicados pela Image Comics, como “Al Simmons A.K.A ‘Spawn'” – algo como “Al Simmons MELHOR CONHECIDO COMO ‘Spawn'” em tradução livre. Essa prática continuou ainda por alguns anos, e parte dos deveres do verdadeiro Al Simmons era se vestir com uma fantasia de Spawn e desfilar sobre o lugar da melhor maneira possível (como pode ser visto na foto acima e na propaganda abaixo).
Naturalmente um personagem fictício das HQs seria difícil de ser confundido com uma pessoa na vida real, mas certamente a intenção estava lá, da mesma forma que Simmons foi promovido como Spawn, e, em mais de uma ocasião, McFarlane mencionou que ambos os Simmons (o real e o dos quadrinhos) eram negros e compartilhavam o mesmo nome.
Ao longo dos anos McFarlane acumulou algumas batalhas judiciais, todas elas envolto de muitas polêmica e são mais recebidas à gritos de escárnio do que qualquer outra coisa… Para ter um panorama melhor e entender um pouco mais, leia nossa outra matéria que já publicamos no site – abaixo:
É realmente estranho ver que Todd McFarlane tenha feito essas acusações sobre Al Simmons, por ele ter revelado segredos comerciais e informações privilegiadas em seu livro – que foi publicado pela própria Image Comics, uma empresa da qual como sabemos McFarlane é acionista e co-fundador – e se essas alegações forem provadas, isso fará com que este livro (“The Art Of Being Spawn”) seja um dos livros mais procurados sobre um criador de quadrinhos nos últimos tempos (ainda não temos uma reposta quanto aos resultados desse processo, que pode ser lido abaixo na galeria de imagens).
Do jeito que está, os únicos trechos que estão em circulação não revelam quase nada – algumas palavras sobre os primeiros dias de Simmons, uma introdução e uma apresentação do artista Chance Wolf (que já fez arte-final em alguns números da revista do Spawn e na série limitada The Undead).
Fique abaixo com algumas páginas do livro “A Arte de Ser Spawn”, algumas propagandas da época e trechos do processo.
INTRODUÇÃO À “ARTE DE SER SPAWN” POR AL SIMMONS E O NOVO PROCESSO DE TODD McFARLANE:
Me pergunto se Terry Fitzgerald estaria começando a suar agora…
Agradecimentos mais do que especiais ao colaborador Henrique Pereira Freitas de Mendonça, do NerdsDaBanca, pela tradução da matéria original em inglês.
Até mais, soldados do oitavo círculo!